domingo, outubro 26, 2008

3 minutos de êxtase

Apetece-me cantar. Cantar as minhas músicas. As tuas músicas. As nossas músicas.
Apetece-me saborear cada palavra, sentir que foi feita para momentos assim...
Senti-la a percorrer o meu corpo, toda a minha alma...
Fechar os olhos e viver estes poucos minutos de puro prazer, desta insubstituível sensação de liberdade.
Arrepia-me a pele, sopra-me ao ouvido, faz-me dançar, rodopiar, leva-me para um lugar que só eu conheço...

segunda-feira, agosto 11, 2008

Rio das Flores

"(...)Quem nunca sofreu por amor nunca aprenderá a amar. Amar é o terror de perder o outro, é o medo silêncio e do quarto deserto, de tudo o que se pensa sem poder falar, do que se murmura a sós sem ter a quem dizer em voz alta. É preciso sentir esse terror para saber o que é amar. E, quando tudo enfim desaba, quando o outro partiu e deixou atrás de si o silêncio e o quarto deserto, por entre os escombros e a humilhação de uma felicidade desfeita, resta o orgulho de saber que se amou."


In "Rio das Flores", Miguel Sousa Tavares



Há várias maneiras de se falar a verdade. Pra mim, são os livros e as músicas que me acompanham nestes dias.. estes não magoam.
Como dizia alguém por aí: é a música que torna os sentimentos suportáveis, porque lhe dá forma e beleza...

Fins de Tarde

Estou habituada a companhia dos gatos que passeiam entre telhados, mesmo em frente à minha janela. Gosto de os ver deitados ao sol. Estou habituada a esta música de fundo, a puxar de uma folha em branco e escrever o que me preenche a alma... Estou habituada à paz que encontro os fins de tarde. Ao céu com mil e uma cores (o amarelo torrado que me presenteia a cada pôr-do-sol… ao vento que me tranquiliza… o fumo que saí daquela chaminé e voa longe, longe…
Estou habituada a encontrar aqui um lugar onde me sinto em casa…onde me sinto apenas eu, sem mais nada.
Fecho os olhos e peço à Natureza que isto seja possível em qualquer parte do mundo. Será possível alguém sentir o que sinto aqui? Aqui não preciso de mais ninguém, de mais nada, aqui estou plena.
Aqui nada me fere, nem magoa. Aqui aprendi a esperar, a aguentar as saudades, a superar os fracassos, a aceitar, sem pedir nada em troca.
Neste bocadinho de céu, que é meu, sou feliz.

quinta-feira, julho 17, 2008

Mudanças

Abri a caixinha das cartas esquecidas pelo tempo e já não me encontro nas palavras que escrevi. Hoje preciso de palavras novas, palavras mudas, ditas em silêncio, compreendidas entre olhares. Sinto que mudei, que cresci… hoje deixei de lado as fantasias infantis, os sonhos encantados… hoje sou mais humana, mais forte, mais consciente e mais imperfeita, também. Não espero que me aceitem, que me admirem, que critiquem… só peço que me respeitem. Quando perdemos o privilégio de ser diferentes, perdemos o direito de ser livres… o problema da humanidade não são as questões ambientais, nem os ataques terroristas… o problema é a falta de respeito, falta de amor, por si e pelos outros. Falta de dar amor. Pergunto-me se quando tudo acabar, se arrependerão de todos os beijos que negaram… de todas as palavras que ficaram entaladas na garganta…
O tempo o dirá… a verdade surge com o tempo… mesmo quando o céu está coberto de nuvens… é uma questão de tempo, até todas as estrelas brilharem outra vez, assim se passa com o ser humano… as vezes demora tempo a entender, que o coração sabe mais que todas as coisas.

domingo, junho 22, 2008

Um lugar, onde cabem todos os sonhos do mundo

Sonho com um lugar, onde o mar está a três passos e meio do lugar onde vivo.
Um portão verde, uma janela com cortinas esvoaçantes, e o barulhinho do espanta-espíritos que rodopia ao sentir o vento;
Sonho com plantinhas numa varanda antiga, com o cheiro de maresia no ar e á noite, uma lua cheia que me encha o olhar de luz;
Sonho com um toque aconchegante, um abraço ao final da tarde.
Com o mesmo silencio de há dias atrás, um silencio que me acalme, que me transmita paz, serenidade e tranquilidade.
Sonho com uma visita inesperada, mas feliz. Uma surpresa a cada manhã…uma flor, um bilhete no parapeito da janela, um doce, um beijinho no nariz, o cheiro do teu perfume…
Sonho com uma outra vida. Um dia pintado com todas as cores do teu sorriso, com todos os sons da tua voz, com todo o calor do teu corpo.Sonho, que este sonho, embora ainda nem tenha começado, possa não ter fim.

E isto, já é o principio de muito.

segunda-feira, abril 21, 2008

Insignificante

Tudo é insignificante.
A maneira como penteias o cabelo, como seguras a chávena de café, cada tempo que demora o teu sorriso, a cor laranja do compal de pêssego, o gesto em que me enrolas nos teus braços e me fazes rodopiar com os pés no chão frio da casa... Cada pedaço de ser que existe em ti... o teu andar, o teu respirar, o teu olhar, a tua voz, o teu toque.
O insignificante é fácil- é aquilo que não se esquece.

domingo, fevereiro 24, 2008

(Outro) Mundo

Não vivemos no país das maravilhas.
Não pulamos de nuvem em nuvem, nem ouvimos sinos quando damos beijinhos.
Não andas de cavalo branco, nem eu tenho uma varinha de condão...
Temos os pés assentes na Terra, e acordamos de madrugada para ver o sol nascer.
Depois, dançamos ás escuras e falamos baixinho para ninguém ouvir.
Ouvi dizer que há príncipes encantados no mundo das outras meninas.
E que tu não andas por lá...que sentido terá este mundo sem ti?

Somewhere




Não sei quanto tempo faz desde que me lembro que existes.

Mas sei, que estás em algum lugar fora daqui.

segunda-feira, janeiro 21, 2008

Pressa


O amanhã não sossega. Não quer sossegar. Há pressa a minha volta.
Pressa nos que passam,
Pressa nos que já passaram, esses, tem pressa de voltar atrás, de viver outra vez,
Pressa nos que, como eu, tem pressa que a pressa passe devagar, para que não se perca nem uma fracção de segundo e tudo desapareça,
Quero agarrar o tempo, agarrar as pessoas, os momentos, as frases, as gargalhadas que ficaram no ontem...
O coração não sossega, será possível dormir no ombro de alguém uma vida inteira?

amor ao amor



Talvez sejas feito de outra matéria. A minha música não chega a ti, como segredo. És de um lugar onde já não há amor ao amor. O amor é a matéria de que sou feita. É aquilo que tenho para dar... (e para receber). Amor a tudo o que olho, as músicas que choro, ás palavras que saboreio, aos sorrisos que te entrego. O toque. Sentimento. A prova de que (ainda) estou viva.