segunda-feira, agosto 11, 2008

Rio das Flores

"(...)Quem nunca sofreu por amor nunca aprenderá a amar. Amar é o terror de perder o outro, é o medo silêncio e do quarto deserto, de tudo o que se pensa sem poder falar, do que se murmura a sós sem ter a quem dizer em voz alta. É preciso sentir esse terror para saber o que é amar. E, quando tudo enfim desaba, quando o outro partiu e deixou atrás de si o silêncio e o quarto deserto, por entre os escombros e a humilhação de uma felicidade desfeita, resta o orgulho de saber que se amou."


In "Rio das Flores", Miguel Sousa Tavares



Há várias maneiras de se falar a verdade. Pra mim, são os livros e as músicas que me acompanham nestes dias.. estes não magoam.
Como dizia alguém por aí: é a música que torna os sentimentos suportáveis, porque lhe dá forma e beleza...

Fins de Tarde

Estou habituada a companhia dos gatos que passeiam entre telhados, mesmo em frente à minha janela. Gosto de os ver deitados ao sol. Estou habituada a esta música de fundo, a puxar de uma folha em branco e escrever o que me preenche a alma... Estou habituada à paz que encontro os fins de tarde. Ao céu com mil e uma cores (o amarelo torrado que me presenteia a cada pôr-do-sol… ao vento que me tranquiliza… o fumo que saí daquela chaminé e voa longe, longe…
Estou habituada a encontrar aqui um lugar onde me sinto em casa…onde me sinto apenas eu, sem mais nada.
Fecho os olhos e peço à Natureza que isto seja possível em qualquer parte do mundo. Será possível alguém sentir o que sinto aqui? Aqui não preciso de mais ninguém, de mais nada, aqui estou plena.
Aqui nada me fere, nem magoa. Aqui aprendi a esperar, a aguentar as saudades, a superar os fracassos, a aceitar, sem pedir nada em troca.
Neste bocadinho de céu, que é meu, sou feliz.