sábado, junho 30, 2007

És-me tanto

Ainda nem passou uma semana. Uma semana da última vez que te vi, ali, no fundo daquela rua.
Eu queria poder dizer-te que não queria que aquele dia chegasse, porque foi também ali, que se abriu um abismo entre nós... e só Deus sabe quando te voltarei a ver.
Tenho saudades, daqueles dias, que que te sentavas mesmo na cadeira em frente a mim... e que estavas a um braço de distância e eu sabia que podia tocar-te.
Hoje, nem vejo o teu nick online. Olho o céu, quase escuro e penso em ti. Quando saio á rua vejo-te em todas as pessoas que passam por mim... estás ali em tudo o que olho... como se em montemor não houvessem mais calças cremes, iguais ás tuas.
Olho para o telemóvel, a última vez que me mandaste um toque foi ontem, as nove e meia da noite...
Foste tu que te lembraste de mim, quando eu já não tinha coragem para te dizer nada. E isso fez-me um bocadinho mais feliz.
Preciso de ti hoje mais do que nunca... porque vi o nosso encontro tão próximo.. e agora distante, relembro tudo, desde a primeira conversa no autocarro...quando eu tentava dormir e tu foste la'... e ficaste tão perto.
Não sei explicar... é algo que me prende a ti, como se todas as forças do universo conspirassem para que ficassemos juntos...




('É impossível desistir sem te abraçar')

terça-feira, junho 19, 2007

Fim de dia

É noite. A lua domina o céu num azul profundo e iluminado pelos astros.
O tic tac do relógio arrasta-se e mostra-me que já é tarde e que amanhã começa um novo dia.
Mas a música que me toca ao ouvido, prende o meu coração a este momento... este momento que le leva a sonhar sonhos perdidos numa noite qualquer.
O pensamento voa longe... e imagino o pôr do sol, que invade a minha janela e me diz que agora é hora de sentir o calor das pessoas... calor do toque.. o calor dos sentimentos... porque a noite é demasiado longa para se estar sozinha.

quinta-feira, junho 14, 2007

Dói

Dói-me. Dói-me muito. E não sei onde. Dói-me quando olho para ti, quando te vejo já ao longe, de cigarro encarcerado entre os teus dedos. Dói-me saber que só te volto a ver quando já for tarde, e quando a dor se cansar de tanto me cansar. Tenho as mãos suadas e o coração a transpirar de tanto dar voltas e revira-voltas. Dava tudo para saber estancar o palmo e meio de rasgo que me fazes na carne, não para o fazer, mas só para saber como actuar em caso de extrema urgência, que de urgência já eu vivo. Dói-me muito, mas não sei onde. Se agora mesmo entrasse nas portas cansadas de um qualquer hospital, ficaria dia e meio para explicar onde e o que me dói. E ainda assim, dia e meio depois, estaria exactamente no mesmo ponto da conversa. Estaria de frente para uma bata branca, curvado de dores, de soro a violar-me o braço e o sangue, e de coração semi-risonho, como uma criança que faz das suas e olha para o lado para que ninguém a veja. "Juro que me dói senhor doutor, juro-lhe." De que vale explicar uma dor a quem nunca a sentiu? A dor que me causas passa os limites de cinco países juntos. Apetece-me beber-te a conta-gotas. Dói-me. Dói-me muito. E quando me disseres onde, vai doer-me muito mais! '

Bruno Nogueira



(Este eu gostei até demais!)