quinta-feira, maio 31, 2007

Momento de liberdade

O sol pôs-se no horizonte.
Aqui sentada no canto do meu sofá, olho a janela, para mim, a porta para um novo mundo.
As palavras são a minha única companhia e o céu reflecte toda a calma do momento num azul profundo que anuncia a chegada de mais uma noite.
Relembro o meu dia. Revejo-me nas glórias e fracassos. Olho o céu e alcanço num olhar indeciso a primeira estrela no céu. Ela está feliz. Finalmente chegou o seu momento de brilhar... de mostrar ao mar que tede saudades durante todo o dia.
Ao fundo ouço o cantarolar dos pássaros e imagino um novo renascer para mim.
Imagino um espaço onde a razão perde o sentido e onde o coração não tem medo de sentir.
Imagino um lugar onde o sol e a lua se encontram e nos mostram a inutilidade da palavra "impossível". Um momento, um lugar, uma espécie de vida sem preconceitos, como um pássaro livre, que cruza os céus e nos mostra o quão triste é viver numa gaiola, mesmo que seja de ouro.

sexta-feira, maio 18, 2007

O pôr-do-sol da minha janela

Volto a fazer o mesmo ritual.O pôr-do-sol da minha janela tem outro aroma, outro momento.
Subo na cadeira, com os pés descalços e cansados de um dia rotineiro, e vejo os reflexos do seu brilho nos telhados já desgastados pelo tempo e pelo espaço.
Ao fundo, pássaros cruzam o céu e deslocam-se até lá, no horizonte... Um pássaro destaca-se e lança o seu grito de glória, impávido e sereno, observando tal beleza.
Encosto a minha cabeça para o lado e aí fico embevecida. Ele nunca foge, nunca muda, nada o altera.
Então calmamente observo as andorinhas, as nuvens em todo o seu explendor que se movem sem medos... o azul do céu... o fumo que sai das chaminés percorre todo o seu caminho, consigo senti-lo.
Olho no horizonte e vejo montanhas... e no seu cimo... um castelo, com historias para contar, onde dragões guardaram amores proibidos pelo tempo e imortalizados pela alma.
O vento toca-me a face e relembro então o meu pôr-do-sol da minha janela.
Ele nunca me abandonará, porque os momentos realmente importantes ficam em nós petreficados e sempre nos pertencerão.
Como lembrança de um dia quente e intenso de Maio.





("Porque eu sou do tamanho daquilo que vejo, e não do tamanho da minha altura.")